Desmaios misteriosos continuam

18/07/2013 12:11
Desmaios misteriosos continuam
16-07-2013 | Fonte: Sol
Tchina, Marília, Rosa, Dionísio, Cecília e Marlene estão entre as 39 primeiras crianças que deram entrada, na terça-feira da semana passada, no Hospital Geral de Luanda (HGL), provenientes da Escola Sagrada Esperança, com sintomas ‘estranhos’. Mas, de acordo com o Comando Geral da Polícia Nacional (PN), há registo de 362 crianças vítimas de uma substância desconhecida que, nas duas últimas semanas, tem obrigado à suspensão de aulas em várias escolas em Luanda.

«Não sei que consequência esta substância pode ter na minha filha. Tenho medo de levá-la para casa e que os sintomas possam voltar. Nem na escola as crianças estão seguras», lamenta Maria Manuela, mãe de uma criança assistida no HGL.

Com idades entre os 12 e os 17 anos, as crianças apresentavam alergias, dor de estômago, sede, falta de ar e manchas na pele. Segundo o chefe do Gabinete de Comunicação e Imagem do Comando Geral da PN, Aristófanes dos Santos, ao contrário do que aconteceu entre Março e Abril de 2012, agora o fenómeno está a causar às crianças uma alergia no corpo. 

Nos dados avançados ao SOL pela PN, de 25 de Junho a 8 de Julho, na província de Luanda, há registo de 61 crianças afectadas no município de Viana, 24 no distrito de Kilamba Kiaxi, 120 na Samba e 157 na centralidade do Kilamba. Em regra, as crianças voltam ao estado normal 24 horas após os sintomas aparecerem.

«Trata-se de uma substância ainda não identificada que causa irritação das mucosas e brônquios. Em princípio, um xarope de prometazina diminui o efeito alérgico», explica Eunice Sebastião, médica do HGL.

A chefe do Departamento de Promoção Sanitária do Ministério da Saúde, Filomena Wilson, avançou ao SOL que o caso está a cargo do Ministério do Interior.

O pânico causado pela substância em escolas nos municípios de Belas e Viana obrigou à suspensão das aulas em alguns períodos. 

Os alunos da Sagrada Esperança, por exemplo, viram-se sem aulas pelo menos duas vezes. «Aguardamos pelo regresso das crianças e o respectivo diagnóstico médico. Entretanto, mantemos as portas fechadas», diz Manuel Makuary, director da escola. O responsável descartou a hipótese de o incidente ter sido causado pelos gelados da cantina, conforme avançaram alguns alunos.

Na ‘onda’ de desmaios do ano passado, foram enviadas amostras de substâncias para laboratórios de Portugal, mas nada foi descoberto até à data.
 
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